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3 de abril de 2011

Relato da Cinelândia

Mônica Vallim
          Apesar de todos os problemas causados pelo descaso de nossos políticos, o Rio de Janeiro continua sendo uma das cidades mais lindas do Brasil onde a natureza ainda sobressai em contraste com a violência nas favelas, com a arquitetura luxuosa de certos bairros e as construções muito antigas do centro.
          No centro da cidade do Rio de Janeiro, há trechos bucólicos com ruas estreitas, as chamadas travessas. Algumas delas possuem calçamento de paralelepípedo do tempo do Brasil Império e construções muito antigas tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional, mas em determinados pontos esse Rio antigo contrasta-se com um moderno de arquitetura arrojada. É fácil perceber isso quando caminhamos da Av. Presidente Vargas, onde se encontra a Central do Brasil, à Av. Rio Branco, indo em direção da Cinelândia. Mas tenha cuidado com a bolsa e o celular nesse trajeto, pois furto no centro do Rio é coisa corriqueira e ninguém faz absolutamente nada.
          Na Cinelândia, encontra-se a Praça Marechal Floriano Peixoto, onde fica a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e é palco de calorosas manifestações populares. A praça, toda calçada de pedras portuguesas, tem orelhões, bancas de jornal e bancos de madeira pintados de verde com pés de ferro em preto, e tem também muitas árvores frondosas com ninhos de pardais que amenizam o calor nos dias de verão. O que incomoda são os pombos e os pedintes. Tem uma estátua imponente de Carlos Gomes, um antigo compositor brasileiro, bem em frente ao Teatro Municipal que agora, depois de uma grande restauração, ganhou grades externas de proteção para impedir atos de vandalismo, e está mais belo que nunca. Até o Obama esteve lá no mês passado. É um local rico em histórias, com vários centros culturais próximos, e farto em conduções. Tem até estação de metrô que leva o povo rapidinho para a zona norte ou para a zona sul, embora atualmente estejam tão superlotados quanto os trens.
          Existe ali um restaurante muito conhecido que vive sempre lotado. Um prédio antigo pintado com um amarelo sem graça e com um toldo amarelo canário berrante, mas que talvez por isso mesmo se chame Amarelinho. Os petiscos de lá são bem gostosos e funciona até altas horas da madrugada.
          Quase em frente ao Amarelinho, cruzando a Praça Floriano e atravessando a Av. Rio Branco, tem a Biblioteca Nacional, que em 2010 completou 200 anos, e é considerada uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, segundo a UNESCO. É um prédio grandioso construído em 1910, de uns três ou quatro andares e tem colunas enormes na entrada principal, que lembram as construções da Grécia Antiga que vemos nos filmes épicos. Tem uma grande escadaria principal com duas escadarias laterais com corrimãos largos, daquelas que as crianças logo pensam que podem brincar de escorregar. Parte do seu acervo veio da primeira biblioteca do Brasil que foi fundada por D. João com o nome de Real Biblioteca, no tempo da vinda da família real, quando Napoleão invadiu Portugal.
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